Panorama Mulheres 2025: o que os dados revelam sobre as barreiras à equidade nas empresas brasileiras.
A nova edição da pesquisa Panorama Mulheres revela um cenário de estagnação. A edição 2025 do estudo, realizado desde 2017 pelo Instituto Talenses Group e o Núcleo de Estudos de Gênero do Insper, oferece uma leitura aprofundada sobre como as barreiras à equidade seguem operando de forma estrutural, ainda restringindo o avanço rumo a organizações genuinamente diversas.
Para discutir os resultados e refletir sobre caminhos possíveis para acelerar a transformação, o episódio 18 do C-Talks recebeu duas convidadas com trajetórias marcadas pelo compromisso com a diversidade e inclusão: Ana Diniz, professora e pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero do Insper, e Viviane Besani, Diretora de RH da Diageo. A mediação ficou por conta de Rodrigo Vianna, CEO da Mappit e sócio fundador do Talenses Group.

Rodrigo Vianna
Co-founder Talenses Group & CEO Mappit


Viviane Besani
Diretora de RH da Diageo
Dados que desafiam a inércia corporativa
A nova edição da pesquisa Panorama Mulheres 2025 revela que, embora haja crescimento no número de mulheres em cargos de liderança média e sênior, os espaços de presidência e vice-presidência seguem praticamente inalterados nos últimos anos. Mais do que isso: houve uma queda expressiva na presença feminina em vice-presidências, um sinal preocupante de regressão.
Segundo a professora Ana Diniz, os dados mostram que ainda há um longo caminho pela frente: "A gente vê a presença de mulheres crescendo nas posições de gerência e de diretoria, mas muito pequena ainda na presidência e na vice-presidência. E mais grave do que isso: nesse ano, a gente teve uma queda importante nas vice-presidências."
Representatividade com recorte racial: um gargalo persistente
Outro ponto crítico evidenciado pela pesquisa é a baixa representatividade de mulheres negras em cargos de liderança. A interseccionalidade entre gênero e raça expõe desigualdades ainda mais profundas, o que, para as convidadas, exige políticas afirmativas específicas, metas claras e investimento em ações de médio e longo prazo.
Viviane compartilhou a experiência da Diageo com o programa Origens, voltado à aceleração de carreira de talentos negros: "Se a gente não tiver metas e não tiver responsabilização por elas, a gente não consegue avançar. Não é só fazer por fazer. A gente tem uma governança e a gente mede. E a gente revisita. A gente troca com os grupos de afinidade pra saber se o que a gente está fazendo faz sentido ou não. A gente aprende com os erros."
Intencionalidade, metas e mudança de cultura
Ao longo da conversa, as convidadas reforçaram a importância da intencionalidade nas decisões corporativas, desde o desenho de processos seletivos até a promoção interna e a sucessão em cargos-chave.
Para Ana Diniz, é essencial ir além dos discursos e traduzir compromissos em práticas: "Quando a gente pergunta, por exemplo, se a empresa tem política pra aumentar a presença de mulheres negras na liderança, a gente vê que as empresas que têm essa política declarada têm três vezes mais mulheres negras nas posições de liderança. A gente precisa ter políticas afirmativas pra poder avançar nesse campo."
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